segunda-feira, 28 de abril de 2014

PSICODÁLIA - Parte 2 - Um evento único e inesquecível!!! - Parte 2

OS DESTAQUES MUSICAIS

Devido a ampla gama de estilos apresentados, é impossível determinar quais foram os “melhores”, mas muitos apresentaram shows realmente especiais.

AS BANDAS

Foram mais de 50, divididas em 3 palcos. Infelizmente, não pude assistir todas, mas, felizmente, pude assistir quase todas que ainda não tinha visto ao vivo em ocasiões anteriores. Em ordem alfabética, seguem as que assisti:



- ALMIR SATER (MS)
Ao contrário da maioria dos roqueiros mais radicais, eu sabia que seria um belíssimo show. Exímio violeiro, Sater já produziu ótimos albuns instrumentais. Possuidor de linda voz, é também um dos maiores talentos da verdadeira música regional brasileira. Interpreta com muita intensidade inúmeras canções de grande beleza e forte carga emocional. Acompanhado de vários ótimos músicos, seu show foi emocionante do início ao fim, particularmente em "Tocando em Frente", que foi especial demais.



- BLACK CHERRY (PR)
Mais uma bela novidade do incrível cenário Rock curitibano!! Excelente show de um fusion psicodélico com elementos de reggae, progressivo e hard. É o tipo de som que Jimi Hendrix poderia estar fazendo se estivesse entre nós!! Muito bem executado, ótimo entrosamento e um show que já se aguarda que retorne em 2015.
 
- CADILLAC DINOSSAUROS (PR)
Rock´n Roll e Black Music com total energia. Ótimos músicos em grande entrosamento, é atualmente uma das bandas mais características do festival.

- CENTRO DA TERRA (SP)
Uma das mais gratas surpresas!! Power trio de excepcional vigor, mescla Hard com Psicodelia, Fusion, Progressivo, Blues e tudo mais que vier pela frente!!

- DAVI HENN & O DESPACHO (PR)
Um dos músicos mais emblemáticos do movimento psicodálico, é autor de um repertório bastante criativo. Toca vários instrumentos e tem sempre boa atuação vocal. Apresentou-se com vários músicos e toda uma trupe teatral.

- DI MELO (PE)
Di Melo permaneceu esquecido pelo mundo artístico por muitos anos, lançou em 1975 um excelente disco que contou com a participação de músicos do calibre de Hermeto Paschoal e Heraldo do Monte, entre outros. Uma fusão criativa simplesmente incrível com a mais bela união de música nordestina com black music (e mais uma penca de elementos, até mesmo de psicodelia progressiva) que já ouvi.
Acompanhado pela excelente banda curitibana Big Wilson, já se trata de um dos mais importantes resgates feitos pelo Psicodália.  




- FUKAI (RN)
Não pude assistir o show completo, mas o que vi proporcionou mais uma surpresa agradabilíssima. Sonoridade muito agradável, canções bacanas de se escutar e a bela certeza de que temos talentos de alta qualidade em todos os cantos do nosso Brasil.

- GABRIEL ROMANO GONZALEZ E GRUPO (RS)
Liderado pelo brilhante e jovem acordeonista gaúcho, apresentou uma adorável reunião de músicas instrumentais influenciadas por vários estilos, tais como o tango, jazz, erudito e folclóricas gaúchas e latinas. Um show que definitivamente purificou as almas de quem o escutou!!

- GEPETOS ALMAS BRASUCAS (RS)
Um dos melhores e mais surpreendentes shows que assisti. Mesclando Rock Progressivo e Hard Rock setentistas com variações e elementos jazzísticos e folclóricos, esse grupo de nome realmente exótico é mais um representante da maravilhosa nova geração "Rock 70" que invadiu o Brasil nesse novo milênio.

- GONG (Austrália-França-Inglaterra-Brasil)
Uma das maiores lendas do Progressivo Psicodélico de todos os tempos partiu do Planeta Gong e aterrissou sua espaçonave no Planeta Psicodália!! No decorrer do show, a espaçonave foi se tornando gigantesca e absorveu simplesmente TODA a audiência. Foi uma viagem tão intensa que muitos daqueles espectadores ainda estão dentro dela...
Seu grande líder chama-se Daevid Allen: este é o australiano que ajudou a mudar a cara do Rock na Inglaterra e França, pois, além do francês Gong que fundou em 1967, foi co-fundador da lenda maior ainda chamada Soft Machine, em pleno ano de 1966, onde dividiu palco com nada menos que Jimi Hendrix e Pink Floyd com Syd Barrett!!

A formação atual do Gong é bastante diferente da original, mas um importante detalhe diz respeito ao Brasil: trata-se de que um deles é simplesmente um dos mais talentosos e persistentes músicos que temos, o guitarrista e vocalista Fabio Golfetti, mais conhecido por ser o líder da banda Violeta de Outono. Fabio tem importância crucial nos arranjos dos shows do Gong, pois executa várias partes que eram tocadas pelo mestre inglês Steve Hillage nos albuns mais famosos e psicodélicos do grupo.




- JARRAH THOMPSON BAND (Austrália-Brasil)
Mais uma banda que mescla Austrália com Brasil, tem se tornado cada vez mais próxima a nós, pois desde 2010 vem todos os anos e se apresenta em muitas cidades. De seus 6 integrantes, 3 são de cada país.

Fizeram um ótimo show de Folk Rock com elementos de Jazz, Progressivo e Hard Rock.  



- METÁ METÁ (SP)
Show muito energético e bem executado. É um grupo difícil de ser rotulado, pois mistura muitos estilos e suas músicas possuem climas bastante variados. As composições são bem complexas e, embora sejam guiadas basicamente pela vigorosa interpretação vocal da cantora Juçara Marçal, possuem longas seções instrumentais hipnoticamente psicodélicas que também se transformam em outras de puro swing.
 
- MÓDULO 1000 (RJ)
Um dos maiores acertos do evento!!

Um  acerto óbvio desde sua divulgação, afinal tratava-se do retorno histórico de uma das bandas mais representativas do início do Rock autoral no Brasil e que publicou no distante ano de 1972 um dos nossos mais cultuados LPs: o clássico "Não Fale com Paredes". 

Mesmo contando com apenas um membro original (o guitarrista e vocalista Daniel Cardona Romani), era evidente que a apresentação seria memorável, pois seus outros músicos são muito experientes no cenário progressivo e do Rock: o tecladista Ronaldo Rodrigues (também das bandas Massahara, Caravela Escarlate e Arcpelago), o baixista Julian Quilodran (Blue Mamooth e Octohpera) e o baterista Leonardo Sampaio (entre outros tocou com Celso Blues Boy e Guarabyra).

A banda tocou magnificamente bem e tanto as novas quanto as antigas composições ficaram ótimas.



- MORAES MOREIRA (BA)
Apesar de ser um cantor bastante popular e que já vi várias vezes, era um dos shows que eu mais desejava comparecer, pois seria apresentado na íntegra o clássico album "Acabou Chorare", gravado originalmente em 1972 pelos músicos Novos Baianos. Moraes era o vocalista principal da banda e maior parte das músicas ficou marcada pela sua voz.

Foi então muito emocionante ouvir músicas como a maravilhosa "Preta, Pretinha". Foi um momento da minha vida que já considero antológico.





- PEDRA BRANCA (SP)
Este foi, para mim, o mais surpreendente show do festival, pois as músicas que eu havia escutado antes de viajar do Rio de Janeiro para o evento  me soaram demasiadamente eletrônicas e repetitivas.
Pois bem, não somente a banda utiliza muito mais instrumentos acústicos que eletrônicos, como o minimalismo das obras é absolutamente pertinente. A pulsação rítmica e as diversas sonoridades que se entrelaçam, hipnotizam completamente o ouvinte e o envolvem eu uma atmosfera definitivamente onírica. Show muito recomendado para quem quiser flutuar nas redes de notas musicais que levam ao infinito.



O grupo é muito coeso, todos atuam com perfeição, mas não há como não ressaltar a atuação impressionante da cantora Susanne Laurent. Participou de poucas músicas, mas de forma realmente arrebatadora, completamente alucinante. A intensidade da sua interpretação foi, sem dúvida, um dos pontos mais altos de um festival que teve muitos pontos muito altos.























Continua na Parte 3...



** Agradecimentos muito especiais a Patricia Soransso, Gustavo Borges (Mais Rock) e o casal Herman Silvani & Liza Bueno pelas suas lindas fotos, perfeitamente condizentes com o espírito psicodálico.
Que vocês o façam novamente por mais muitos e muitos anos!!!

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